Simbólica da sexualidade e antropologia bíblica - parte 1

Em matéria de ética da sexualidade, para significar algo aos homens e mulheres deste tempo, a fé cristã deve trazer um aporte universal sem, no entanto, abrir mão da sua particularidade (as Escrituras, o Cristo, a Igreja). Nos moldes em que se desenrola este curso, trata-se de reconhecer que diante da complexidade da sexualidade humana, o simbólico, que é da ordem da metáfora e do mito, e não da ordem do domínio e da explicação (psicologia, biologia, medicina, antropologia, sociologia, jurisprudência, etc), pode ser um caminho para se propor uma ética cristã da sexualidade. Pressuposto básico para isto, seria mostrar que a sexualidade, na sua complexidade e enigma, é da ordem da afecção, e assim, de ordem pré-científica, pré-linguística e pré-jurídica. Se for assim, o caminho de estudo não é o da conceitualização científica e objetivante, nem o da normatização objetiva e juridicista, mas através da valorização da simbólica como um elemento estruturante da cultura e da ética. Para isso, os cristãos devem recuperar o mito, recuperando a antropologia que ele explicita.


Nota: Este tipo de tematização, recebi a inspiração, recebemos todos, das aulas do honorável prof. Nilo Ribeiro Júnior SJ, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em 2006 e 2007.

1 comentários:

  • Benedito Antônio | 9 de maio de 2011 às 10:51

    A simbólica bíblica nos motiva a compreensão de que somos "templos do sagrado". A sexualidade continua sendo um enigma, algo complexo. Desse modo, recuperar o sentido originário de uma ética da sexualidade quebrará a atual idéia de sexualidade como "eros" = erotismo (sensual/insatisfeito).

    Enoque Fernandes

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