Ética da Sexualidade - pressupostos





autoimplicação: A fenomenologia dos gestos carnais e o sentido captado não são suficientes para realizar a encarnação dos valores da sexualidade. Para ficarmos no abstrato, é necessário passar para a autoimplicação, passar da fenomenologia para a ética. No campo ético, está a ação humana na qual o agente se faz. Aparece aqui a responsabilidade: me realizar e realizar o outro. Sem essa autoimplicação, o discurso ético a partir da fenomenologia dos gestos carnais pode cair numa idealização ou numa demonização. A autoimplicação do sujeito é o drama (ou trama) entre o sentido (relacionalidade) e a perda do sentido (risco do erotismo). 


cuidado: O motor e elemento estruturante da ética da sexualidade é o desejo. Como ética do desejo, a responsabilidade está marcada pelo paradigma do cuidado. A responsabilidade, então, é cuidar do desejo. Cuidar do desejo é cuidar da duração do desejo, porque da nossa carnalidade é que vem a afecção da sensualidade que faz nascer o desejo. Na fenomenologia dos gestos carnais, a promessa do corpo/da carne do outro, é uma afecção que me faz aguardar a manifestação (do desejo) do outro. Assim, a responsabilidade faz aparecer o tempo. Na relação com o outro, para que a relação cresça, devo fazer durar o desejo, que é o que mantém a relação (de afecção) com o outro.


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